O jornalista William Bonner vai deixar a bancada do Jornal Nacional, após quase 30 anos como âncora do telejornal. O anúncio foi feito nesta segunda-feira, dia em que o JN comemora 56 anos. Bonner ficará no comando do telejornal até o dia 3 de novembro, quando César Tralli assumirá o posto, ao lado de Renata Vasconcellos. Em 2026, Bonner passa a apresentar o Globo Repórter com Sandra Annenberg.
O âncora chegou à Globo em 1986 e atuou como apresentador do SPTV, Jornal Hoje, Fantástico e do Jornal da Globo. Em 1996, assumiu a bancada do Jornal Nacional e, três anos depois, em 1999, se tornou editor-chefe.
No comunicado à imprensa, William Bonner afirma que, há 5 anos, conversa com a direção do jornalismo sobre o desejo de reduzir a carga horária e as responsabilidades exigidas pela chefia e apresentação do JN. Ele diz ainda que “foi preciso superar a fase crítica da pandemia, arquitetar sucessões e preparar sucessores até a data do anúncio das novidades”. Foram 29 anos e quatro meses de JN. Exatos 26 anos como chefe da equipe de editores, comandando reuniões, avaliando pautas, planejando edições, apresentando as notícias a milhões.
O âncora ressalta também que, de todos os programas do jornalismo já existentes quando chegou à Globo, o Globo Repórter é o único em que nunca tinha atuado, nem interinamente, e que isso era um sonho – compartilhado, inclusive, com Sandra Annenberg.
Já César Tralli afirma, no comunicado, se sentir honrado e desafiado em apresentar o Jornal Nacional.
“Estou na Globo há quase 33 anos e, lá atrás, quando ainda era jovenzinho, já fazia reportagens para o JN. Acompanhei a chegada do William na bancada e, por muitos e muitos anos, fiz matérias especiais pro JN. Portanto, eu recebi o convite e a missão com absoluta felicidade e serenidade. Agora, nunca, jamais, me passou pela cabeça suceder o William. Meu foco sempre foi o presente. Cumprir muito bem-feito minhas atribuições. Sou muito exigente comigo mesmo. Espero, portanto, honrar a nova missão no JN”, disse.
Tralli entrou na Globo em 1993. Aos 24 anos, tornou-se correspondente internacional, atuando em Londres por cinco anos; foi âncora do SPTV 1ª Edição por uma década e depois assumiu o Jornal Hoje e o Jornal GloboNews – Edição das 18h.
Futura companheira de Tralli na apresentação do Jornal Nacional, Renata Vasconcellos destacou a sorte de poder trabalhar com profissionais que representam o melhor do telejornalismo brasileiro.
“Ao Bonner, minha gratidão emocionada pela confiança, pelo aprendizado e pela inspiração. Ao Tralli, minhas boas-vindas com a certeza confortante do que virá: parceria dedicada, competente e cheia de sensibilidade”, disse a jornalista.
Quem ficará no lugar de Tralli na bancada do Jornal Hoje será Roberto Kovalick, apresentador do Hora 1 desde 2019.
“Vou ter a oportunidade de colaborar com o jornal usando tudo que aprendi ao longo da minha carreira de repórter, como correspondente durante dez anos, e também como apresentador e editor-chefe do H1. Tenho uma longa relação com o JH e muito carinho pelo jornal”, contou Kovalick.
Já Tiago Scheuer assumirá a bancada do Hora 1.
“Estou muito feliz em assumir mais este desafio, podendo dar bom dia aos brasileiros e noticiar como todas as regiões estão amanhecendo. O Hora 1 sempre foi um jornal vivo, dinâmico e que ajuda milhões de brasileiros a acordarem sabendo as principais notícias do Brasil e do mundo”, ressaltou.
Cristiana Sousa Cruz, editora-chefe adjunta do Jornal Nacional – que tem atuado ao lado de Bonner nos últimos seis anos – será a editora-chefe do telejornal.
O diretor-geral de Jornalismo da Globo, Ricardo Villela, reforçou o respeito à relação de confiança com o público no planejamento das mudanças:
“Na Globo, mudanças dessa magnitude são planejadas com um foco prioritário: nossa conexão com os brasileiros. Sabemos que o hábito de se informar pelos telejornais da Globo é uma escolha individual, tomada todos os dias, por nossos milhões de telespectadores. Essa escolha tem tudo a ver com confiança, numa relação conquistada pela dedicação de mais dos 4.500 jornalistas da Globo e afiliadas, e que encontra nos âncoras a interface final com o público. É nesta última etapa, quando os apresentadores levam as notícias aos brasileiros, que se materializa a conexão essencial entre o jornalismo da Globo e o país. Por tudo isso, mudanças na apresentação dos telejornais são tratadas com muita responsabilidade por aqui”, disse Ricardo Villela.
Os próximos dois meses serão dedicados às providências necessárias para as movimentações. Até o dia 3 de novembro, todos seguem à frente de seus respectivos telejornais.
Fonte: CBN