Diante da ocupação do plenário por parlamentares da oposição, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), decidiu convocar uma sessão remota nesta quinta-feira (7/8), às 11h, para “driblar” a invasão, conforme adiantado pelo colunista do Metrópoles Igor Gadelha.
A medida tem como objetivo garantir a votação do projeto que assegura a isenção de Imposto de Renda para quem recebe até dois salários mínimos. A proposta está prevista em uma medida provisória que perde validade na próxima segunda-feira (11/8), o que exige celeridade na análise da matéria.
A adoção do sistema remoto é uma tentativa de manter o funcionamento do Legislativo em meio ao impasse com deputados e senadores aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, que ocupam os plenários da Câmara e do Senado desde terça-feira (5/8).
Em nota, Davi Alcolumbre justificou a decisão de realizar a sessão de forma virtual como uma medida para proteger o andamento dos trabalhos legislativos. “Não aceitarei intimidações nem tentativas de constrangimento à Presidência do Senado. O Parlamento não será refém de ações que visem desestabilizar seu funcionamento”, afirmou.
Alcolumbre reforçou que a votação da proposta de isenção do Imposto de Renda é uma pauta de interesse direto da população e não pode ser paralisada. “A democracia se faz com diálogo, mas também com responsabilidade e firmeza”, concluiu.
Ocupação
Nesta quarta-feira (6/8), o protesto bolsonarista chegou ao segundo dia. Parlamentares passaram a madrugada em vigília nas duas casas e, à tarde, ampliaram a mobilização ocupando também o auditório Nereu Ramos, tradicionalmente utilizado para audiências públicas e solenidades da Câmara. No Senado, um grupo de parlamentares chegou a se acorrentar à mesa de trabalho.
Segundo a oposição, a ocupação do Nereu Ramos foi uma reação à tentativa de conduzir sessões legislativas fora dos plenários, o que poderia contornar a obstrução.
Na terça-feira (5/8), a Mesa Diretora da Câmara adotou uma medida para restringir o acesso aos plenários a partir das 19h, permitindo apenas a entrada de parlamentares, com o objetivo de evitar tumultos e a produção de imagens com potencial de exploração política.
Fonte: Metropoles