Ex-presidente da Bolívia Evo Morales é atacado a tiros em suposta tentativa de prisão
Morales está sendo investigado pelo Ministério Público por supostamente abusar de uma menor de idade em 2015, quando era presidente da Bolívia. Evo Morales
Jornal Nacional/Reprodução
Na manhã deste domingo (27), o ex-presidente Evo Morales, líder da oposição na Bolívia, compartilhou um vídeo nas redes sociais alegando uma suposta tentativa de prisão e ataque a tiros.
O carro do ex-presidente Boliviano foi alvejado em meio a crescentes tensões políticas no país. Nas imagens, Morales é filmado ao lado do motorista. No telefone, o ex-presidente da Bolivia afirma: “Estão atirando em nós, estão nos detendo, rapidamente, mobilizem-se”.
No vídeo é possível ver marcar de tiros no carro, além do motorista ferido com sangue na cabeça e também no peito. Segundo a Rádio Kawsachun Coca, foram disparados 14 tiros contra o veículo de Morales.
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Agricultores seguidores do ex-presidente Evo Morales seguem bloqueando de estradas da Bolívia para evitar a provável prisão de Morales, investigado pelo suposto abuso de uma menor durante seu mandato em 2015.
O atual presidente Luis Arce segue tentando impendir os bloqueios. O suposto ataque corre o risco de gerar mais agitação, já que os bolivianos já enfrentam uma crise econômica.
Manifestantes e policiais se enfrentam após apoiadores de Evo Morales bloquearem rodovia em Paratoni, em 14 de outubro de 2024.
Kawsachun Coca/ AFP
Entenda o conflito
No sabado (26), o ex-presidente da Bolívia afirmou que os bloqueios promovidos por seus simpatizantes em diversas vias do país vão continuar. Já são quase duas semanas de mobilizações, com enfrentamentos entre policiais e camponeses que deixaram mais de dez feridos.
"O povo são e honesto não se vende, nem se rende. A luta [bloqueios e protestos] vai continuar, o povo não se rende", disse Morales à rádio Kawsachun Coca.
"Lucho [o presidente Luis Arce] deve respeitar o povo e resolver os problemas econômicos que o povo boliviano tanto está sofrendo neste momento", indicou o ex-mandatário, que governou entre 2006 e 2019.
Os enfrentamentos entre policiais e camponeses pró-Morales durante a tentativa de desbloqueio de vias deixaram 14 agentes feridos e 44 civis detidos.
Os choques mais violentos ocorreram em Parotani, um setor no meio da rota que liga Cochabamba a La Paz, a sede de governo.
O presidente Arce destacou o trabalho da polícia para liberar "pelo menos 12 pontos" de bloqueio e garantiu, em referência a Morales, que "não permitirá que o interesse de uma pessoa se sobreponha ao bem-estar coletivo".
"Nosso governo continuará executando ações para defender a segurança de todos os bolivianos, restabelecer o direito constitucional ao trânsito livre", afirmou Arce na rede social X.
O governo mobilizou mais de 1.700 efetivos policiais e 113 veículos para desbloquear as vias.
Segundo um relatório da Administradora Boliviana de Rodovias (ABC, na sigla em espanhol), há 16 pontos de bloqueio no país, a maioria concentrados no departamento de Cochabamba, reduto de Morales.
As interdições nas estradas acentuaram a escassez de combustível e geraram longas filas de veículos nos postos de gasolina das cidades. Além disso, os preços dos produtos básicos dispararam nos mercados.
Os bloqueios de vias começaram em 14 de outubro por parte de camponeses que reivindicam o "fim da perseguição judicial" contra Morales, investigado pelos crimes de "estupro e tráfico de pessoas"
Morales, o primeiro indígena a governar a Bolívia entre 2006 e 2019, não cumpriu uma intimação do Ministério Público do departamento de Tarija para depor, o que poderia levar as autoridades a ordenar sua prisão.
Agora um opositor do governo de seu ex-ministro Luis Arce, o ex-presidente chama o caso de "mais uma mentira" que foi investigada e arquivada pelo sistema judiciário em 2020.
Evo Morales lidera marcha até Laz Paz, capital da Bolívia
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