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Maceió,29/03/2024

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Ambulatório Trans da Sesau muda vida de população transexual atendida pelo SUS em Alagoas

Unidade localizada na Clínica da Família Dr. João Fireman, no Jacintinho, atende 279 pacientes

Fonte: secom/AL
Ambulatório Trans da Sesau muda vida de população transexual atendida pelo SUS em Alagoas O estudante de odontologia Artur Gabriel é um homem trans atendido pelo Ambulatório da Clínica da Família. Foto: Carla Cleto / Ascom Sesau
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Primeiro serviço direcionado ao acolhimento e atenção à saúde da população transexual pelo Serviço Único de Saúde (SUS) em Alagoas, o Ambulatório Trans da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), localizado dentro da Clínica da Família Dr. João Fireman, no Jacintinho, já atendeu 279 pacientes.

 

Transexual é a pessoa que não se identifica com seu sexo biológico, assim procurando se adequar à sua identidade de gênero, podendo, em alguns casos, se submeter a um tratamento hormonal ou cirúrgico.

 

O jovem estudante de odontologia, Artur Gabriel, de 25 anos, é um homem trans atendido pelo Ambulatório da Clínica da Família. Ele relata que desde pequeno, ainda como menina, sabia que havia algo diferente, mas que só por meio da internet e de pessoas trans que ganharam visibilidade entendeu o que acontecia com ele.

 

“Não nos descobrimos trans, sabemos desde pequenos que temos algo diferente. Eu sabia que eu era diferente das outras meninas, mas eu não sabia o que era. A internet teve um papel fundamental, pois foi através de algumas pessoas trans que começaram a ter visibilidade e eu me vi também. Quando surgiu o projeto do ambulatório trans, alguns amigos acabaram me mandando e eu vim conhecer o lugar”, afirmou.

 

“O ambulatório se tornou parte fundamental para essa virada de chave para eu me sentir completo. Ser só o Artur ainda não bastava, faltava eu me olhar no espelho e me sentir o Artur. Aqui no ambulatório que eu me senti acolhido e tive acompanhamento com a assistente social, com endocrinologista e também com o ginecologista, que é muito importante para o homem trans, para ele ter ciência de que as coisas estão corretas dentro dele”, explicou Artur.

 



O Ambulatório Trans conta com uma equipe multiprofissional composta por médico endocrinologista, clínico geral, enfermeiro, assistente social, psicólogo, psiquiatra, urologista, proctologista, mastologista, ginecologista e nutricionista. Além disso, como a unidade fica localizada dentro da Clínica da Família, os pacientes do ambulatório também podem contar com as especialidades da clínica, caso necessário.

 

A psicóloga que acompanha os pacientes do Ambulatório Trans, Bruna Diniz, destaca que para ser atendido no local basta ser encaminhado pela Atenção Básica via Sistema de Regulação Estadual (SisReg) ou entrar em contato pelo whatsapp, pelo número (82) 98833-8816.

 

“Tem sido um trabalho muito importante, dar visibilidade e atender os pacientes com essas demandas específicas, a construção de uma política de cuidado em saúde integral da população trans. É um avanço fundamental para gente pensar a qualidade de vida e saúde mental. No ambulatório temos toda uma flexibilização para entrada do paciente, entendendo que essa é uma perspectiva que garante a equidade dentro da política de saúde. Basta o paciente entrar em contato pelo telefone da clínica para fazer um primeiro atendimento com a enfermagem, que é quem faz uma triagem inicial. Após isso, o paciente é encaminhado para o endocrinologista, que é o médico de referência e para psicologia”, relatou a psicóloga.

 

Outra paciente atendida pelo ambulatório é a pedagoga Elisa Monteiro, de 27 anos, que é uma mulher trans. Elisa trabalha como professora da rede estadual de ensino, com a educação especial, e faz mestrado em Ciências e Matemática na Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

 

“A minha vivência inicialmente foi como um adolescente gay, mas eu percebi ao longo da minha trajetória que não era exatamente só isso, e quando eu ingressei na universidade eu tive um acesso maior a diversidade e percebi que existiam outras pessoas iguais a mim. Foi lá que houve essa relação de pertencimento e conhecimento da minha identidade. Eu tive muita dificuldade em reconhecer a minha identidade enquanto uma mulher trans, e foi aqui, na Clínica da Família, que eu comecei a ser atendida e consegui esclarecer mais a minha identidade”, disse a paciente.

 

De acordo com a mastologista Jéssica Moreira Cavalcante, para início da terapia hormonal no ambulatório o usuário precisa ter idade igual ou superior a 16 anos. Já os menores precisam estar acompanhados de pais ou responsáveis legais.

 

“Nós sabemos que os pacientes transgêneros necessitam de um acompanhamento multidisciplinar. Dentro desse acompanhamento, a mastologia atua desde prevenção de doenças mamárias, como câncer de mama – que deve ter um olhar especial para essa população, principalmente, quando falamos sobre o uso de hormônios –, até o processo de cirurgia para a resignação de gênero, desde mastectomia masculinizadora até a utilização de implantes mamários pelas mulheres transgêneros”, salienta a mastologista.

 

Funcionamento

 

O Ambulatório Trans da Clínica da Família Dr. João Fireman funciona com o serviço de agendamento de consultas por meio do setor Núcleo de Regulação Interno (NIR), de segunda a sexta-feira, de 7h às 18h. O serviço é definido na modalidade ambulatorial, que consiste no acompanhamento clínico das especialidades previstas, na realização de exames, na promoção de iniciativas voltadas à redução de riscos. Ele também assegura a atenção aos problemas decorrentes do uso prolongado de hormônios femininos e masculinos para as pessoas travestis e transexuais.

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