O presidente francês Emmanuel Macron afirmou nesta quarta-feira (30) que a União Europeia não obteve o respeito necessário do governo dos Estados Unidos durante as negociações comerciais recentes. Segundo ele, “não fomos temidos o suficiente”, em frase dirigida a ministros, ressaltando que a boa vontade europeia não deveria ser interpretada como fragilidade.
Macron também afirmou que o acordo-quadro firmado entre os EUA e a UE “não para por aí” e pode ser aperfeiçoado em etapas subsequentes da negociação. Ele pontuou que, apesar dos benefícios iniciais, seria importante acelerar a agenda europeia de soberania e competitividade. Em destaque, ressaltou que setores como aeronáutica e agricultura foram preservados no texto base do acordo.
Ao falar em Bruxelas, Macron defendeu a busca de um acordo comercial “rápido e pragmático” com os EUA, mas alertou que não se pode aceitar cláusulas desequilibradas. Ele ressaltou que, se a tarifa americana de 10% for mantida, a Europa deverá aplicar resposta proporcional, usando todos os instrumentos disponíveis para assegurar equidade.
Além disso, Macron manifestou oposição ao acordo entre União Europeia e Mercosul como está formulado. Ele reafirmou que o tema não está encerrado e que a França continuará defendendo coerência nos compromissos comerciais europeus.
O acordo acertado com os EUA estabelece uma tarifa de 15% sobre a maioria dos produtos europeus exportados, valor intermediário entre a tarifa zero proposta pela UE e a ameaça inicial de 30% colocada pelos EUA. Macron destacou que, embora o texto preserva interesses franceses, trata-se apenas de um primeiro passo, e que novas isenções e concessões deveriam ser buscadas em negociações futuras.
Com Diário do Poder
