O procurador-geral da República, Paulo Gonet, entregará nos próximos dias o parecer no qual deve pedir a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por envolvimento em um golpe de Estado para se manter no poder e impedir a posse de Lula e Geraldo Alckmin.
A PGR deve enviar encaminhar o parecer de Gonet ao gabinete do relator da ação penal, ministro Alexandre de Moraes, até a próxima segunda-feira (14) – data-limite do seu prazo das suas alegações finais.
A finalização do parecer ocorrerá poucos dias após o presidente Donald Trump anunciar a imposição de tarifas de 50% sobre o Brasil, em retaliação às investigações contra Bolsonaro que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF).
A equipe da coluna apurou que Gonet sinalizou a interlocutores que todo o imbróglio diplomático entre a Casa Branca e o Palácio do Planalto não vai impactar os trabalhos da Procuradoria-Geral da República (PGR) no caso.
Colegas de Gonet ouvidos reservadamente pela equipe do blog concordam – e avaliam que, apesar da turbulência nas relações entre Brasil e Estados Unidos, com repercussão inclusive na economia nacional, não há espaço para o procurador-geral da República voltar atrás e desistir de defender a condenação de Bolsonaro.
“Essa verborragia do Trump precisa ser solenemente desprezada”, afirmou ao blog um integrante da cúpula da PGR.
O caso, considerado um dos mais importantes da história do Supremo, pode levar à prisão de Bolsonaro e deve ser julgado pela Primeira Turma da Corte até setembro deste ano.
Advogados de diferentes réus que atuam no processo esperam um parecer “duríssimo” de Gonet e avaliam que o ex-presidente deve pegar uma pena de pelo menos 20 anos de prisão – no entorno bolsonarista, a previsão é até mais pessimista, de 30 anos.
Isso porque, de acordo com a denúncia da PGR, ele teria sido o líder de uma organização criminosa que articulou uma intentona golpista parase manter no poder.
Com O Globo